Dentre os matrimônios aqui realizados, podemos destacar os seguintes: Giovanni Chies e Angela Zanette, aos 25.02.1835; Pietro Chies e Lucia Dei Tos, aos 23.10.1858; Domenico Chies e Maria Dei Tos, aos 26.02.1859; Francesco Chies e Catterina Dei Tos, aos 09.03.1863;
Desde 01.10.2022, os responsáveis pela Paróquia são Dom Mauro Cettolin (pároco), Dom Bruno Daniel e Dom Lorenzo Marigo. Entre os missionários ligados à paróquia, estão os padres Luigi Chies (1922-1988), Pellegrino De Zan (1908-1972) e Andrea Mies (1939).
A PARÓQUIA MILENAR
A região de Fregona já era habitada pelo menos desde a época dos lombardos. Nas localidades próximas de Montanara, Piai, Madruc e Castelletto existem ainda hoje vestígios de castelos medievais. É provável que, nos primeiros anos, a Igreja de San Martino, na fração de Mezzavilla, fosse o principal centro religioso local. Seguindo um costume da Diocese de Ceneda, a igreja construída em Fregona foi dedicada à Assunção da Virgem Maria:
Na hierarquia dos santos, Maria, Mãe de Jesus, sempre ocupou um lugar de absoluta preeminência sobre todas as outras. Esta devoção mariana na diocese de Vittorio Veneto é confirmada pelo fato de que as igrejas dedicadas a Nossa Senhora são muito mais numerosas do que aquelas que têm o título de outros santos. A investigação estatística da denominação dos títulos sob os quais a Virgem é venerada permite-nos saber que o mais difundido é o da Assunção, comprovando a antiguidade em geral das igrejas que ostentam este título. Antes do ano mil [pode-se citar] [...] Fregona, matriz de Montaner, Cappella Maggiore, Osigo e Sonego. (Storia Religiosa del Veneto, Volume 3, página 308).
Nas frações de Borgo Dario e de Villa Trojer-Salvador extistem também pequenas igrejas dedicadas à Nossa Senhora do Rosário. A Igreja de Santa Maria Assunta originariamente dependia da Paróquia de Sant’Andrea di Bigonzio e da Catedral Santa Maria Assunta e San Tiziano, ambas de Ceneda (atual Vittorio Veneto). Separou-se da primeira ainda antes do ano 1000, quando passou a abranger um território muito mais vasto em comparação com o atual: compreendia a área delimitada pelo Monte Pizzoc e pelo Bosque Cansiglio ao norte; pelo Arroio Friga à leste; pelo Arroio Carron à oeste; e pelo Rio Meschio ao sul. Com o passar dos anos, diminuiria de tamanho: a Paróquia de Cappella Maggiore (Santa Maria Maddalena) se separaria em 1494, Montaner (San Pancrazio) em 1600, Osigo (San Giorgio martire) em 1865 e Sonego (Santa Maria ad Nives) em 1951.
Vista de Fregona, com a Igreja e o Campanário. Século XX. |
No dia 18.10.1185, Fregona é expressamente mencionada pelo Papa Lúcio III, na Bula intitulada "Quoties a nobis petitur", em que confere a posse da paróquia ao Bispo de Belluno, além de mencionar a existência de, junto ao Cansiglio em Fregona, um oratório em honra à San Floriano, centurião do exército romano, mártir. No entanto, ainda em 11.09.1016, Fregona já havia sido mencionada em uma doação do Imperador sacro-romano Henrique II à Ludovico, Bispo de Belluno.
Não se sabe quando foi pela primeira vez construída uma igreja no local atual, dedicada à Assunção da Virgem Maria. Fato é que no ano de 1474 ela foi reconstruída “ex novo”, sendo consagrada pelo Bispo de Ceneda, Dom Nicolò Trevisan, aos 01.09.1475.
A igreja era localizada no sopé do morro San Pietro, onde também estavam localizadas as antigas escolas municipais. Graças a um mapa do início do século XVIII, é possível compreender que a planta da igreja era retangular, de uma só Nave, com o Presbitério decorado com uma pequena cúpula, e com comunicação, pelo lado sul, com a Sacristia. No lado norte, localizava-se o antigo campanário.
Em 20.07.1509, Fregona foi palco da trágica batalha de liberação da região próxima, realizada pelos mercenários de Giovanni Brandolini contra os invasores imperiais, no contexto da Liga de Cambraia (1508-1511).
O ÓRGÃO DE 240 ANOS
Em 1783, foi inaugurado o antigo e valioso Órgão, obra de Zuane Limana. Disponibilizamos aqui uma gravação de 2022, realizada durante a celebração da Santa Missa, que nos permite ouvir hoje o som do mesmo instrumento que soou durante as cerimônias de matrimônio dos velhos Chies da Itália.
Está sendo entoado o Salmo 23, “Il Signore è il mio Pastore”, seguido da doxologia:
Il Signore è il mio pastore:
nulla manca ad ogni attesa,
in verdissimi prati mi pasce,
mi disseta a placide acque.
È il ristoro dell' anima mia,
in sentieri diritti mi guida
per amore del santo suo nome,
dietro lui mi sento sicuro.
Pur se andassi per valle oscura
non avrò a temere alcun male:
perché sempre mi sei vicino,
mi sostieni col tuo vincastro.
Quale mensa per me tu prepari
sotto gli occhi dei tuoi nemici!
Del tuo olio profumi il mio capo,
il mio calice è colmo di ebbrezza!
Bontà e grazia mi sono compagne
quanto dura il mio cammino:
io starò nella casa di Dio
lungo tutto il migrare dei giorni.
OUTRAS GRAVAÇÕES:
A ATUAL ESTRUTURA
No ano de 1791, foi feito o pedido para a construção da atual estrutura da igreja, que ocorreu entre 1797 e 1820. Aos 22.10.1883, foi consagrada por Dom Bernardo Antonio Squarcina, Bispo de Ceneda.
Fachada da Igreja de Santa Maria Assunta |
Segundo fontes da época, a construção da igreja foi um esforço coletivo da comunidade, uma vez que foi desejada por toda a população de Fregona. A fachada é decorada com quatro semi-colunas de ordem composta, suportadas por um pedestal de pedra extraída da pedreira de Caglieron (perto da qual há um oratório dedicado à Santa Maria Imaculada de Lourdes), que, por sua vez, suportam uma moldura de entablamento com um frontão triangular, decorado com uma rosácea. Dentro da igreja, existem vários nichos, dentro dos quais existem vários altares dedicados aos santos.
Vista da nave central, com o Presbitério ao fundo. |
O Altar-Mor foi embelezado em períodos posteriores com mármore policromado. Atrás dele, existe um retábulo representando a Assunção de Nossa Senhora. As obras internas que decoram o teto e os altares são muito bonitas.
Presbitério, com o Altar-Mor ao fundo. Sobre ele, o retábulo da Assunção. |
A Pia Batismal data do século XX e foi feita por um escultor local. A igreja, assim como a região, teve de suportar os vários terremotos que atingiram a região, sendo mais difíceis o famoso terremoto da madrugada de 29.06.1873 o de 1976.
Entre 1881 e 1903, conforme projeto de Francesco Ciprian, da fração de Osigo, foi construído o atual e grandioso campanário, de estilo neogótico, feito com blocos de pedra (“pietra dolza”) extraídos das pedreiras próximas.
Uma boa sugestão de leitura sobre a história da paróquia é “La Pieve di Santa Maria di Fregona”, livro de Oscar De Zorzi, Giorgio Mies, Giovanni Tomasi e Pietro Zaros.
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